Texto: Bruna Obadowski
Fotos: Leomax Lester
O fotógrafo Leomax Lester e o psicólogo Douglas Amorim na busca de presentificar em imagens sensações causadas por algumas das várias doenças mentais, realizaram inspirado na fotógrafa Brooke Shaden, o ensaio “Intimidade depressiva”, onde cada imagem da série é manifestação emocional de pessoas que sofrem, principalmente de depressão.
Nesta foto, está representado o sentimento de embotamento emocional ou afetivo, que reflete aquela fase da depressão em que a pessoa se sente incapaz de fazer as coisas mais triviais, como levantar da cama e escovar os dentes.
Nos trabalhos de Brooke, é possível perceber muito do expressionismo, onde a potência da fotografia se apresenta ao evidenciar sentimentos.
Já este clique representa a sensação de estar acorrentado.
Esta foto representa alguém prostrado diante das coisas.
O ensaio de Lester é arte que vai além do impressionismo de Brooke, se comunica a instância do imaginário humano presentificadas em fotografia sensações emocionais.
Esta foto traduz a despersonificação, definida por Douglas como um “transformar-se em ‘outra pessoa’”, de forma que qualquer coisa pareça insuportável, intransponível”.
Esta foto representa a sensação de ter virado um objeto e a perda de significado de si próprio.
Ao criar imagens que se assemelham a possíveis sensações causadas em consequências de doenças mentais, Lester e Douglas imergem em um mundo paralelo, construindo um possível drama baseada em histórias reais que são, por sua vez , contadas em cada fotografia que tem Douglas como modelo.
Esta foto representa o transtorno de ansiedade.
Esta foto representa a sensação de ser sempre perseguido pela condição, não importando onde se vá. “Os morcegos representam a doença mental”, diz.
O psicólogo Douglas Amorim buscou, por intermédio da fotografia com Lexter, mostrar de forma visível a angústia dessas sensações para quem nunca sofreu, além de tocar de forma sensível às pessoas que sofrem com as doenças estimulando a busca de ajuda profissional.