O legado do casamento árabe

Texto: Ahmad Jarrah
Fotos: Ahmad Jarrah e Bruna Obadowski

Os casamentos estão entre os maiores eventos sociais no Líbano, mobilizam famílias e cidades inteiras nos dias de festa. Tão logo a neve começa a derreter e o sol rompe com a gélida paisagem, as casas já iniciam seus rituais de casamentos que acontecerão até o fim do verão.

Não importa a classe social, eles sempre serão motivo de orgulho, seja num evento em um grande clube, ou fechando as ruas e fazendo uma festa pública, da maneira mais milenar. Os libaneses não poupam esforços, nem economias, para fazer da ocasião uma grande celebração.

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Casos luxuosos partem da casa da família da noiva e se dirigem para a casa do noivo, onde seus familiares aguardam festejando enquanto consomem muitos doces, café e especialmente o suco de abacaxi, o único sabor servido por trazer boa sorte. As mulheres fazem a tradicional Zalghouta, que são versos recitados para abençoar o matrimônio.

 A comitiva toma conta das pequenas ruas da cidade, convocando todos para a festa. As pessoas saem de suas casas para saudar os noivos com chuva de arroz.

Há um elemento onipresente em todos os casamentos, um combustível que inflama festas onde não se consomem bebidas alcoólicas, que leva as pessoas a níveis de êxtases extremos, conduz os corpos para um estado de transe. O Dabke é uma dança tradicional muito provavelmente de origem fenícia e popular nos países árabes. É dançada em círculos ou semicírculos, com homens e mulheres de mãos dadas em um movimento anti-horário.

A dança consiste em dar dois pequenos passos à direita e depois bater o pé esquerdo à frente e atrás e segue assim noite adentro. Parece simples, mas necessita de um gingado que torna o movimento poético e intenso. O som é muito vibrante e as percussões fazem o coração bater mais rápido.

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Em meio a frenesi da celebração, os familiares carregam o noivo nos ombros.

Para olhares estrangeiros, a festa é um grande espetáculo ao qual os libaneses já estão habituados com esse rito transmitido por gerações e assim seguem, passo a passo, na manutenção da milenar tradição.

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