Texto e fotos: Thiago Dezan
Eu fiz muitas promessas e pensei que poderia cumpri-las. Mas são meus vícios que me mantem são e salvo. Se eu parar não sou eu mesmo.
De noite eu caço. Com uma câmera na mão, não tenho sentimentos nem limites. É só instinto.
Sou um adicto, condenado ao meu processo. As fotos são o meio, não o fim.
Não é para agradar nem incomodar. Fotografo pela adrenalina, ainda que a depressão posterior seja quase certeira.
Eu vejo muitas coisas ruins, mas não consigo não olhar. Não quero representar ninguém, fotografo porque não consigo fazer o contrário.
Tento desenvolver uma voz para me comunicar com o mundo que vejo ao meu entorno. Não é bonito. Ruidoso, granulado, sujo.
Como escreveu Louis Aragon uma vez “quando chegue a hora de fechar o livro, não terei arrependimentos. Eu vi muita gente viver muito mal e muitas morrerem muito bem”.
Thiago Dezan é documentarista e fotógrafo. Nascido em Cuiabá – Brasil, aos 16 anos produziu seu primeiro vídeo. O desejo de contar histórias fez com que ele passasse os próximos 7 anos viajando pelo Brasil e América Latina desenvolvendo projetos para capacitar coletivos por meio de plataformas multimídia. Em 2013, foi um dos fundadores do NINJA, rede independente que realizou a cobertura de protestos históricos em junho de 2013 e contrária à Copa do Mundo em 2014. A partir disso, Dezan começou a trabalhar como freelancer e produziu fotos e vídeos em canais como The Washington Post, AJ +, The New York Times, The Intercept e agora ele trabalha como cineasta na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. É Membro da agência Farpa.
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IG: @thiagodezan
Site: thiagodezan.com