Pela segunda vez, ALMT instala câmara das causas indígenas

Objetivo é fazer levantamento técnico, pesquisas e análises da situação dos indígenas em Mato Grosso

Da redação/ Bruna Obadowski
Foto de Capa: Ahmad Jarrah

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso instalou, no último dia 20, uma Câmara Setorial Temática (CST) para promover levantamentos técnicos, estudos, pesquisas e análises sobre temas que atravessam o cotidiano dos povos indígenas que vivem em Mato Grosso. O encontro reuniu representantes da Casa Civil do estado, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) – coordenação Cuiabá, entre outros membros que farão parte do grupo de trabalho.

Segundo o presidente da Câmara Temática, deputado licenciado Carlos Avallone (PSDB), é a segunda vez que uma câmara é criada para discutir o assunto. “Nós estamos dando continuidade a um trabalho iniciado no mandato passado. A câmara temática [anterior] foi atrapalhada pela pandemia, entregamos o relatório final, avançamos em algumas coisas, mas não deu para aprofundar”, declarou.

A câmara estudará pontos de debate como a questão da educação e da saúde indígena. Segundo o deputado, falta de tudo nas aldeias indígenas, como por exemplo, remédio para pressão e diabetes. A educação também é uma reclamação recorrente entres os indígenas.

O representante da Funai – coordenação Cuiabá, Márcio Barros, declarou que órgão deve colaborar na CST para fazer o trabalho de acompanhamento da aplicação de políticas públicas, como na área de saúde. “Todos esses conhecimentos vão servir pra fazer o levantamento das necessidades, prioridades dos indígenas. A Funai participa nesse sentido, colaborando com a experiência que adquiriu ao longo desses anos todos com seus técnicos, que fazem a avaliação técnica e avaliação política das situações dos indígenas”,  ressaltou.

Carlos Avallone adiantou ainda que tem planos de se reunir com a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, e com a presidente da Funai, Joenia Wapichana, em Brasília neste mês de março. “O objetivo é ouvir quem vai comandar a política indigenista no país. Com isso, dentro do trabalho que nós queremos fazer, a gente vai tentar ter o mínimo de confronto possível. Mas, se precisar discutir ações, acho que elas vão estar abertas para escutar as experiências de Mato Grosso”. Ainda segundo o deputado, o espaço estará aberto para representantes do todas as etnias do estado participarem da câmara.

Márcio Bororo, membro da CST, defendeu necessidade em levar em consideração as especificidades de cada etnia. “Cada povo, dentro dessa pluralidade, tem uma cosmologia diferente. Respeitando esse diferencial, você está respeitando o indivíduo indígena em si porque a pessoa indígena aprecia quando o não-indígena respeita a sua cultura, sua identidade”, salientou. “Seria interessante fazer um registro da situação dos povos indígenas, trabalhos de campo porque não adianta colocar uma política pública de cima para baixo”, defendeu.

A relatoria da CST está a cargo de Rosângela Saldanha Pereira, enquanto o responsável pela secretaria é Jorge dos Santos.

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