Proteção da Amazônia e seus povos é destaque entre os finalistas do primeiro prêmio de ativismo brasileiro

O prêmio Megafone de Ativismo reúne a latência da cultura e dos artistas da Amazônia Legal

Da redação/ Bruna Obadowski
Fotografia de capa: reprodução Projeta Amazônia de vídeo mapping

A projeção de obras de oito artistas amazonenses em copas de árvores à beira do Rio Negro (AM), o ato em defesa do rio Arapiuns (PA) feito nas águas, com pequenos barcos comuns na região e o Guia Amazônia Legal e o Futuro do Brasil, que denuncia o impacto ambiental do último governo nos 9 estados que compõem a Amazônia Legal estão entre os finalistas do Prêmio Megafone – primeira e única premiação do ativismo brasileiro.

Fotografia: Reprodução Projeta Amazônia de vídeo mapping

Entre os trabalhos realizados em 2022 unindo arte e ativismo em prol da Amazônia estão também iniciativas denunciando a violência na região, como a série de manifestações em todo o Brasil por ocasião dos 26 anos do massacre em Eldorado dos Carajás, a manifestação contra o genocídio dos Yanomami ocorrida em Boa Vista, Roraima, a denúncia contra assassinatos na Amazônia e o cartaz pedindo justiça para o assassinato do ambientalista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.  

A questão indígena também aparece entre as finalistas como a ocupação de lideranças indígenas pela demarcação de seus territórios no Acre, o ato em defesa dos povos da floresta no X Fórum Social Pan-amazônico e o filme O Território, sobre a invasão de terras indígenas em Rondônia. Já o filme Agachados, sobre as enchentes do rio Negro, promove uma reflexão sobre o racismo ambiental e a crise climática.

Outro trabalho que chama atenção concorre a música que denuncia a exclusão das populações locais dos planos para a Ilha de Marajó. Entre os jovens ativistas que concorrem ao prêmio estão Bia Caminha, jovem negra, bissexual e feminista, que foi a vereadora mais jovem eleita em Belém (PA); Beka Munduruku, ativista indígena que usa a comunicação para denunciar os impactos do garimpo; e e Raiara Barros, ativista de Xapuri, no Acre, cidade de Chico Mendes. Txai Suruí, fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, e uma das mais influentes vozes do movimento indígena brasileiro, concorre ao Megafone do Ano.

Os premiados serão revelados a partir de 10 de abril pelas redes sociais em vídeos protagonizados pela atriz e humorista Nathalia Cruz e receberão um troféu, que é também uma obra de arte feita pelo artivista Mundano.

Uma das características do Prêmio Megafone de Ativismo é mostrar quais foram as questões que mais movimentaram a sociedade no ano passado por meio das ações escolhidas como finalistas em suas 14 categorias. Na primeira edição, os finalistas traduziam o cenário gerado pela pandemia da Covid19 e questões socioambientais. Nesta segunda edição, a democracia marcou presença, junto com temas relacionados a direitos humanos, tais como violência contra a mulher, discriminação racial, desigualdade social e justiça climática. Houve um aumento de 20% nas inscrições, que vieram de todas as regiões do Brasil, com destaque para as regiões norte e nordeste, que juntas representam 45% das inscrições.  

“A segunda edição do Prêmio Megafone ampliou a diversidade de temas e impressiona pela qualidade e criatividade das ações. Também é marcante a maior presença de mulheres e jovens entre os inscritos e os finalistas”, detalha Digo Amazonas, do Megafone Ativismo, organização responsável pelo prêmio, junto a uma coalizão formada por Greenpeace Brasil, Pimp My Carroça, WWF Brasil, Engajamundo, Instituto Socioambiental e Sumaúma. 

Na categoria Cidadão Indignado, 80% dos finalistas são das regiões Norte e Nordeste, que respondem também por 60% dos finalistas nas categorias Ação Direta e Jovem Ativista. Nesta última, todas as finalistas são mulheres. Na categoria Cidadão Indignado, todos os finalistas são negros. 

Inscreva-se
Receba as últimas atualizações em seu email