Texto: Fred Gustavos
Fotos: Alex Oliveira, Fred Gustavos, Andreza Leria, Anne Martins, Amilton Martins, Natalia Apolinario, Felipe de Melo, Edinete Pereira, Carlos Junior e Mari Gemma De La Cruz
Uma experiência fotográfica que procura despertar tanto um olhar apurado ao real do contemporâneo quanto a metaforizar questões e dilemas diários de nossa cidade. Decodificar nas ruas o comportamento que precede o que temos enquanto cidade, o quanto nossas escolhas estão evidentes e marcam o espaço e tempo em que vivemos; dentre as muitas linguagens artísticas creio que a fotografia nos versa sobre o que quisermos atendendo a urgência de nossas reflexões.
A bagagem que Alex Oliveira nos traz é provocadora para pensarmos em uma fotografia que possa se aproveitar da tecnologia, mas que se pré-ocupa muito mais em promover um diálogo atual (e aí a essência dessa arte) que se estabelece entre imagem e espectador. O que meus olhos vêm que desejo que você compreenda? O contemporâneo não é fácil de se ler, de se haver e a fotografia contemporânea é uma das artes que se propõe a refletir as questões do hoje.
O mais bacana dessa vivência é como cada um carrega consigo a capacidade de refletir sobre determinado tema com um olhar curioso e sensível. Onde mesmo surgindo dificuldades técnicas, conseguem se expressar na captura de um olhar todo um universo de possibilidades e indagações sobre a cidade. Colocar-se fora do lugar é pensar onde estamos nessa cidade, como construímos ela, e o que urge dentro de cada um sobre onde habita.
A galeria apresenta uma seleção dos trabalhos realizados no curso nas imediações do bairro do Porto e as demais ocupam um dos nossos mais atrativos pontos culturais. Os lambe-lambe foram aplicados na Praça da Mandioca e ficam em exposição pelo tempo que cada um tiverem que durar nesse lugar fora do lugar.
Sobre o curso
“Fora do Lugar – Curso de Fotografia Contemporânea” propõe aos participantes exercitar um pensamento de edição e curadoria das imagens, escolhendo, entre todas as imagens produzidas, algumas para compor uma exposição pela cidade, através da técnica de lambe-lambe, sendo expostas em muros e prédios, expandindo, com isso, a presença da arte fotográfica para além dos espaços formalmente destinados as exposições artísticas (galerias, museus e salões de arte), privilegiando os espaços públicos como plataforma expositiva e fomentando reflexões sobre seus potenciais estéticos, reflexivos e sensíveis de pensar o corpo, o espaço e as relações de convivência.
Sobre o fotógrafo
Alex Oliveira, fotógrafo e artista visual, natural de Jequié (BA), graduado em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia. Atualmente, reside e trabalha na cidade de Uberlândia (MG). Atua em projetos ligados a fotografia, cinema e vídeo (websérie, videoperformance, ideodança e videoarte), além de ministrar oficinas de fotografia contemporânea em diferentes instituições. Desenvolve investigações artísticas envolvendo fotografia, performance, mídias digitais, intervenção urbana e arte contemporânea. Na Bahia integrou exposições individuais e coletivas, na Aliança Francesa, em 6 (seis) edições dos Salões de Artes Visuais (obtendo menções honrosas e prêmio do público), na 3ª Bienal da Bahia e no Espaço Pierre Verger da Fotografia. Em Belém (PA) participou do Diário Contemporâneo de Fotografia, tendo seu ensaio sido incorporado a Coleção do Diário. Na Suécia realizou sua segunda exposição individual, com fotografias produzidas no Brasil e durante residência artística na Europa. Em São Paulo participou da Temporada de Projetos 2016 do Paço das Artes. Em Minas Gerais, durante o ano de 2016, integrou uma exposição coletiva no MUNA e realizou duas exposições individuais: na Mostra de Artes Visuais do SESC e na galeria de arte da Oficina Cultural, ambas localizadas em Uberlândia. Em março de 2017, realizou uma Oficina de Fotografia Contemporânea no Sesc Arsenal em Cuiabá (MT) e em maio irá expor em Belém (PA) no Diário Contemporâneo de Fotografia, realizando, paralelamente, uma Oficina de Fotografia Contemporânea.