Resultados da visita para conhecer o banco foram publicados em uma nota técnica conjunta entre o IMar/Unifesp e a Fundação Florestal
Da redação
Foto de capa: Eric Comin/LabecMar Unifesp
Pesquisadores do Instituto do Mar (IMar) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) confirmaram a descoberta de um banco de rodolitos com mais de 5.000 metros quadrados. Os primeiros indícios da ocorrência desse novo habitat na Ilha das Couves, localizada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, foram obtidos durante as atividades impostas à Petrobras no contexto do licenciamento do Pré-Sal, Etapa 3.
A descoberta surpreendeu técnicos da Fundação Florestal de São Paulo durante a análise dos relatórios apresentados. Segundo a fundando, a surpresa foi devido aos indicativos da presença em um banco tão importante e, até então, nunca registrado, em águas tão rasas (cerca de seis metros de profundidade), em um dos locais mais visitados daquela região.
“No momento que nossos técnicos se depararam com tal informação, salientamos o quão importante é o nosso trabalho e a aplicação das condicionantes ambientais, pois, quando bem aplicadas, elas constituem uma ferramenta de grande valor para a gestão da biodiversidade e, portanto, para a nossa sociedade”, explica o biólogo Diego Hernandes, diretor regional da Fundação Florestal.
Para corroborar os primeiros indícios da ocorrência desse banco de rodolitos, a Fundação Florestal entrou em contato com pesquisadores do IMar/Unifesp que realizaram uma visita técnica no local no mês de março e atestaram a ocorrência desse novo e importante atributo ecológico do litoral paulista. Os resultados desta visita acabam de ser publicados em uma nota técnica conjunta entre o IMar/Unifesp e a Fundação Florestal.
A Ilha das Couves, até pouco tempo atrás, chegou a receber cerca de 5.000 turistas em um único final de semana e essa experiência de turismo desenfreado levou o Ministério Público Federal a delinear responsabilidades e definir cenários alternativos para a gestão do local, que culminaram na Portaria Normativa FF/DE nº 350/2022, definindo regras para a atividade turística na região.
A riqueza e biodiversidade desse banco abre uma perspectiva para atividades de sensibilização ambiental, divulgação e educação científica, bem como ciência cidadã, possibilitando a reflexão sobre a importância ecológica dos bancos de rodolitos, envolvendo prioritariamente a comunidade local e operadores de turismo que atuam na região, promovendo a capacitação de monitores e pequenos empreendedores, convergindo com as ações de turismo de base comunitária atualmente em desenvolvimento.
Márcio Jose dos Santos – Biólogo/Gestor da Área de Proteção Marinha do Litoral Norte